O custo de construção ecológica, é Notícia

ESTUDO DEFENDE A "OBRA ECOLÓGICA"

VALOR ECONÔMICO – 28/08/07


O custo de construção ecológica é 30% inferior ao que se crê no Brasil e em boa parte do resto do mundo, sustenta o Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês).


A entidade, reunindo 200 multinacionais que dizem apoiar projetos de combate as mudanças climáticas, divulgou ontem pesquisa junto a 1.400 pessoas em vários países, basicamente construtores, arquitetos, engenheiros e fabricantes de material.


Entre os brasileiros, a percepção é de que a construção sustentável ou ecológica seria 22% mais cara que a construção convencional - quando na realidade a diferença seria de 5%, três vezes menor, segundo a entidade.


A exemplo da média mundial, os brasileiros responderam que a emissão de gases de efeito estufa pelo setor de construção representaria 19% do total global, quando, segundo a entidade, na verdade é o dobro, 40%.


Além disso, 82% dos brasileiros participantes disseram estar consciente sobre a importância de construção ecológica, mas apenas 27% preocupados com a questão e somente 8% já se envolveram nesse tipo de projeto.


"O mal julgamento sobre custo e benefício de construção sustentável no Brasil é preocupante porque, como no resto do mundo, acaba dificultando projetos de eficiência energética", afirmou o sueco Christian Kornevall, diretor do projeto Eficiência Energética na Construção (EEC), que vê no estudo oportunidade de estimular globalmente o conhecimento e tecnologias para "construção verde".


O conceito de construir "verde" ou de maneira sustentável inclui reduzir consumo de energia, minimizar o uso de insumos, utilizar o máximo de material renovável ou reciclável nas edificações. A combinação de tecnologia existente com design mais respeitoso do meio-ambiente pode aumentar a eficiência energética em 35%, reduzir enormemente custos de aquecimento, ventilação, uso de água quente e aumentar a durabilidade da residência, segundo os dois financiadores do estudo, a francesa Lafarge, um dos lideres globais na produção de cimento, concreto e gesso, e a americana United Technologies Corporation, com tecnologia e serviços para a indústria da construção.


O setor de construção representa 40% do uso primário de energia usada globalmente e o consumo energético na construção aumenta de maneira enorme nos países mais populosos e em rápida expansão econômica, como China e Índia. A China está construindo dois bilhões de metros quadrados por ano, equivalente a um terço da área construída no Japão. Significa que os chineses constroem o equivalente a um Japão a cada três anos.


Já a demanda de energia na construção no Brasil cresce, mas, segundo o estudo, continuará relativamente baixa em 2030 comparado as outras regiões.


De outro lado, crescem na Europa projetos estimulados pelos governos para reduzir dramaticamente o uso de energia. O primeiro-ministro britânico Gordon Brown fixou o objetivo para que toda nova residência na Inglaterra seja neutra do ponto de vista de emissões de carbono, em 2016.



Entidade quer mudar hábitos do setor no país


O Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês) desenvolve um projeto ambicioso de três anos: estimular a transformação da indústria de construção no Brasil, China, Índia, Japão, Europa e Estados Unidos.


A entidade prepara um grande evento para fevereiro no Brasil a fim de tentar engajar os empresários ao seu projeto Eficiência Energética na Construção (EEC).


A idéia é estimular a construção de prédios ecológicos ou sustentáveis, que consumam liquidamente zero de energia (só consumir o mesmo montante que o próprio prédio pode gerar), sejam neutros em emissões de carbono e ao mesmo tempo comercialmente viáveis


Isso passa pelo combate aos chamados "prédios burros", com excesso de vidros escuros nas fachadas, o que exige uso de ar condicionados para ventilar os ambientes, gastando mais energia e mais recursos.


O projeto cobre a vida inteira dos prédios, da construção a demolição. É financiado pela Lafarge e United Technologies Corporation, com participação da Cemex, DuPont, Electricité de France, Gaz de France, Kansai, Philips, Sonae e Tepco. Até agora, nenhuma empresa brasileira se dispôs a participar.


Primeiro, o projeto procurou estudar a situação nos países envolvidos. Agora vai identificar mudanças necessárias à indústria da construção, financiamento e comportamentos. A fase final, em 2009, terá um plano de ação para tentar influenciar autoridades e os envolvidos no setor
O que empobresse o ser humano, não é a falta de dinheiro, mais sim, a falta de fé,motivação e criatividade.
Ana Fraga - Ivaiporã

Família de Rondônia teão casas de tijolo ecológico para pagar em vinte anos

Até o mês que vem, 2 mil famílias de baixa renda de Rondônia devem estar morando em casas construídas com tijolo ecológico. Trata-se do projeto-piloto Plante uma Árvore, cujo objetivo é viabilizar moradias de baixo custo que poupem o meio ambiente de mais degradação.

O tijolo é ecologicamente correto porque não precisa ser aquecido em fornos. Feito de argila, cimento e cal, é construído por uma máquina automática, explica o presidente da organização não governamental Instituto Paixão Amazônica, Mauro de Lima.

O modelo tradicional, diz ele, precisa passar por um processo de combustão em que mil unidades consomem uma quantidade de madeira equivalente a cinco árvores.

O tijolo é cinza e tão resistente quanto o tradicional, garante o presidente da ONG. "Eles são auto-encaixáveis, não precisando quebrar paredes para fazer a instalação elétrica. A técnica de fabricação já existe há muitos anos, mas era manual. Hoje temos máquinas de produção em larga escala. Em Rondônia, é o primeiro modelo que está dando certo", afirma Lima.

As casas têm área de 44m², com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. O Ministério das Cidades estima que pelo menos 340 unidades serão entregues até maio. E que os moradores poderão pagar em 240 parcelas mensais de R$ 65, ou seja, durante 20 anos.

O projeto será implantado primeiramente em 19 municípios de Rondônia. Os primeiros serão Pimenta Bueno, Ministro Andreazza, Cujubim, Alto Alegre dos Parecis, Vale no Anari e Theobroma.

A ONG Instituto Paixão Amazônica desenvolve o projeto em parceria com os ministérios do Trabalho e das Cidades, além da Caixa Econômica Federal.

Por: Grazielle Machado

Fonte: Agência Brasil